terça-feira, 15 de março de 2011

Clara X Martina

O Vicente tem um grande amigo da escola, o João Vicente. Ontem, quando fui pegá-lo depois da aula, o João Vicente estava indo cortar o cabelo em um salão bem perto da nossa casa. Como o Vicente também precisava, resolvi acompanhá-los. Até ontem, não tinha conseguido que o Vi gostasse de nenhum outro cabelereiro a não ser o Hector, que corta o seu desde que nasceu, mas que fica do outro lado da cidade. Até ontem. Porque na companhia do João, o corte foi uma festa.

A questão foi outra dessa vez. A Clara, irmãzinha do João, estava junto. Enquanto esperavam, eles brincavam e o Vi parecia cada vez mais encantado por ela. Já se conhecem há anos, mas ele estava dedicando mais atenção do que das outras vezes. Pois bem, lá pelas tantas, sentou do meu lado e disse: "A Clara é muito engraçadinha. É mais bonita que a Martina". E completou, tentando explicar a preferência da amiga em detrimento da irmã: "Ela sabe falar! A gente até já entende o que ela diz!". Quando chegamos em casa, ele olhou para a Martina, toda faceira quando o viu, emitindo seus sons de contentamento, abraçou-a e disse, com um ar meio desolado: "Que pena que tu ainda não sabe falar, Martina...".

quinta-feira, 10 de março de 2011

A ausência da Gabi...

Não quero provocar culpa em ninguém, mas que o Vicente sente falta da Gabi, isso sente. "Fica na consciência", sobrinha...

O que me faz afirmar o acima é que ele ainda demonstra estar impressionado pelas mudanças ocorridas na vida dela desde que o Celso apareceu. Ou melhor, das mudanças ocorridas na vida dele, já que na mesma proporção em que o Celso apareceu, a Gabi desapareceu.

A última foi há poucos dias. Olhando o rio lá perto de casa, o Fábio disse ao Vi que do outro lado ficava a cidade de Guaíba. O Vicente então, contemplando as ilhas, disse: "Era lá que o Celso morava antes da Gabi conquistar ele".

Falando em lágrimas...

O Vicente voltou às aulas bem e tranquilo, mas sem o entusiasmo dos outros anos. No primeiro dia, quando eu o estava arrumando, perguntei se ele estava feliz em voltar. A resposta foi "não muito porque aí eu não vou mais poder decidir o que fazer"...

E depois dessa, lá pelo terceiro dia de aula, quando o Fábio foi deixá-lo, ao se despedir ele disse "pai, acho que eu bebi muita água porque os meus olhos estão cheios de lágrimas"...´

Tudo isso deve ser reflexo do fato de ser o último ano e a pré-escola já não apresentar tantas novidades e desafios como antes.

O super abraço no papai

Quando o Fábio chega em casa, o Vicente sempre corre até o nosso quarto e logo que o pai entra, ele desabala em disparada para dar um abraço. O Fábio gira, abraço, levanta e afofa. Ele adora. É tudo feito com muitos gritos de "quero um abraço", "se prepara que eu tô indo" e muita risada. Na semana passada, logo após o Vicente ter feito isso, a Martina começou a sapatear soltando gritinhos, rindo e correndo em direção ao quarto. Fez exatamente a mesma coisa que o irmão. Nem preciso dizer que faltou pouco para o papai soltar algumas lágrimas...

Sobre a Martina...

Não registrei aqui, mas a Martina começou a caminhar em janeiro, com mais ou menos um ano e quinze dias. Agora ela já corre e até saltita. Está linda, engraçadinha, adora a rotina normal dela, com horários certinhos para comer e dormir. Quando é assim, ela fica muito tranquila e sorridente. É brincalhona e imita o Vicente numa série de coisas. Continua apaixonada pelo irmão, rindo de monte quando ele faz brincadeiras, e ele continua apaixonado por ela, querendo pegar e apertar o tempo todo, coisa que ela não gosta muito.

Os dois estão interagindo bastante e já brincam juntos. A diferença mais gritante entre os dois nesse momento, é que ao contrário da tranquilidade e compreensão que o Vi sempre demonstrou, a Martina parece ter uma personalidade mais revolta. Se enfurece quando é contrariada, cerra os punhos e grita. Já estamos atuando no caso... o livro do Delamare já foi consultado e estamos fazendo o que ele manda. Não deixarei chegar ao extremo de ela se atirar no chão do mercado, coisa que desde que o Vicente era bebê eu rezava para que meus filhos não fizessem... Com ele foi sucesso total!

Euforia na família Brun

Soubemos ontem que, ao contrário do Vicente que não tinha crianças na família Brun com quem brincar nos passeios por lá, a Martina já terá parceria de um priminho ou priminha. Nossos afilhados (de casamento) Déia e Bruno nos darão um(a) sobrinho(a)-neto(a). E uma pena que, por um triz, não pudemos abraçá-los pessoalmente no feriado de carnaval. A Déia só pode fazer o exame na quarta-feira. Mas fica aqui nosso abraço virtual por hora...

Depois de absorvida a fantástica notícia, formou-se o primeiro impasse: e agora, quem será a Nona?? A Nona se tornará Bisnona e a Mana ocupará o posto de Nona? Ou a família terá duas Nonas? Ou ainda, teremos que fazer uma eleição direta para escolher quem deverá usar a denominação, se aquela que por direito o tem desde sempre ou se a novata, demonstrando a tradição preservada? Debates para o próximo evento familiar...

"Cases" das férias

Passamos 10 dias na praia da Pinheira em Santa Catarina. Uma casa na beira do mar, muito chinelo de dedo e brincadeira com as crianças. As melhores férias que poderíamos ter. Ficamos bem juntinhos, recuperamos a tranquilidade e a diversão foi garantida, especialmente com a sempre fantástica capacidade do Vicente em nos surpreender. Aí vão alguns momentos que ficarão na nossa memória:

Na praia, com a Denise, nossa amiga querida que ficou uns dias conosco, Vicente brincava com um carrinho do vizinho. O proprietário pediu o brinquedo de volta e a Denise sugeriu que o Vi brincasse com o outro, também do vizinho. Diante da recusa e tentando uma solução amigável para o caso, a Denise então disse:
- Nesse caso, eu vou devolver o carrinho que tu tinha pego emprestado, já que tu não está brincando.
Com a sagacidade peculiar, o Vi, rapidamente, devolveu a pergunta:
- Tu tem celular?
A resposta de uma Denise meio desconcertada com o inesperado questionamento:
- Sim
E ele...
- E tu fala nele o tempo inteiro?
...

Vi teve uma alergia que deixou a bundinha e as pernas cheias de bolinhas vermelhas, que coçavam. No dia em que recebemos a visita da tia Deti, tio Itio, Dedé e Miguel, apresentando a praia para a Deti, que comentava como era bonita, ele advertiu:
- Só não vai brincar naquela duna ali ó, ela dá pereba na bunda!
Dias antes, a vó Mariazinha havia aventado a possibilidade da duna estar contaminada e ter provocado a alergia. Ele não esqueceu.
...

Quando chegamos na nossa casa, o Vicente ficou impressionado com a casa ao lado, que tinha um pátio cercado, tomado pela areia. A frase dele, na hora, foi que queria ficar naquela casa porque eles tinham "areia própria". Pois bem, uma noite, liberei o Vi e o Vinícius, filho da Rosa que estava conosco, para brincarem na areia do vizinho, que a essa altura já conhecíamos através da minha amiga Denise. Lá pelas tantas da brincadeira, vi que os dois tinham lotado a piscininha do filho do casal com areia. Me enfureci, dei uma bela ralhada e mandei que eles limpassem a piscina. A essa hora, estávamos fazendo um churrasco no nosso pátio e de pouco em pouco o Vicente vinha até o muro e reclamava que o trabalho era muito cansativo. Com mais uma ralhada minha, voltava para junto do Vinícius para ajudar. Na terceira vez que veio, a Deti sugeriu que ele usasse o seu baldinho de brinquedo para ajudar no trabalho. Ele o pegou prontamente e, enquanto caminhava em direção à piscina, o ouvimos dizer: Olha aqui Vinícius, facilitei a tua vida!
...