quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Erro médico

Retomar o blog contando notícia ruim não é bom. Mas depois que tudo já passou, fica mais fácil. Esse post é para o Vicente saber, no futuro, o que determinou a marquinha que terá na testa daqui para a frente.

Era semana da criança, meio-dia, nos preparávamos para levar o Vi para a escola, que teria pique-nique no Jangadeiros naquela tarde ensolarada. Vicente foi dar um beijo de despedida na Rosa e deu-se o acidente. O tênis freiou no piso e a perninha dele não acompanhou o corpo. Caiu. De corpo no chão e testa no parapeito da janela da sala, que é baixa. Um corte de uns 2cm, mas que aos meus olhos, pareciam 2 metros. Peguei o Vicente no colo e corri para o elevador, onde o Fábio já nos esperava. No hospital, surpresa quando o médico anunciou que não daria pontos, que apenas colocaria um adesivo, suficiente para cicatrizar sem marcas. Desconfiados, acatamos e fomos embora.

O machucado sangrou, o médico, por telefone, disse que era normal e que não deveríamos mexer. Sete dias depois, na revisão, meu choque e susto foram tão grandes quanto no dia do acidente. O machucado não tinha cicatrizado. Parecia ainda maior do que no dia do ocorrido. E pior, começava a ter uma infecção. Montei num porco, como se diz. Queria matar o médico. Senti uma vontade gigante de começar a chorar, mas me contive porque o Vicente estava ali e precisava parecer que estava tudo bem.

Saí do consultório e levei o Vi em uma médica que atende aqui perto de casa. Ela deu o parecer: jamais deveria ter ficado sem ponto. Liguei para a Lúcia, a pediatra do Vi desde que nasceu. Ela me disse para ligar para um cirurgião pediátrico aqmigo dela e pedir que ele atendesse o Vi na manhã seguinte. E ele atendeu.

Esse médico, ou, talvez seja melhor dizer, esse presente, atendeu o Vi com toda a atenção do mundo. Ajeitou tudo, se preocupou com a parte estética, me orientou direitinho sobre o que precisava fazer, marcou para ver o Vicente no dia seguinte e no posterior, que inclusive era sábado. E finalmente a coisa deu certo. O machucado está cicatrizando, o cirurgião conseguiu juntar as duas bordas do corte, de modo que não vai ficar uma cicatriz muito grande como era a expectativa, e o Vicente vai retomando suas atividade normais. Só não liberamos ainda o futebol e a natação, que queremos esperar mais um pouco.

E a mensagem para as mamães e papais é: OUÇAM SEUS INSTINTOS. Tanto eu, quanto o Fábio achamos estranhíssimo aquele procedimento sem pontos. Mas não questionamos, simplesmente porque confiamos no médico e no hospital (estávamos no Moinhos). Se tivéssmos feito o que nosso coração mandava, teríamos ligado para a Lúcia e certamente ela teria nos orientado a ver o outro cirurgião na mesma hora. E aí, o final feliz teria acontecido bem mais rápido do que esses 16 dias.

Um comentário:

Márcia disse...

Que coisa... Graças aos anjos que surgiu um médico salvador!
Tu tá certa, amiga, nada como "ouvir" os instintos! Por mais pouco "cientifico" que seja, me parece sempre a decisao mais acertada.