quarta-feira, 8 de abril de 2009

Conforme a recomendação da vovó Mariazinha...

Promovi a intervenção coelhística lá em casa ontem. Comprei adesivos com pegadas de coelho e um saco de ovinhos. Enquanto o Vicente tomava banho, colei as pegadas da porta até o tapete, onde coloquei três ovinhos.

Quando saiu do banho, passou pelas pegadas sem ver. Tentei chamar a atenção dele dizendo que o meu pé estava coçando (parada ao lado das pegadas), mas ainda assim não viu. Minutos depois, passou por elas de novo e depois de ter passado, levou um susto e olhou para trás. Levantou os olhos para mim, já com um sorrido de orelha a orelha. Enquanto eu perguntava “o que é isso?”, ele já dizia “pegadas, pegadas de coelho” e seguia as pegadas em direção ao tapete.

Os olhinhos brilharam e o sorriso ficou maior ainda quando encontrou os ovos. “Olha mãe, um pra mim, um pra ti e um pro papai!”. Amado... nem era, coloquei todos lá para ele mesmo, mas não quis estragar o momento e deixei por isso. Por algum tempo ele ficou deitado no chão analisando as pegadas e comentando, coisas do tipo “ele estava com o pé sujo porque as pegadas são bem pretas” ou “vamos abrir a porta para ver as pegadas no corredor”. Nada. Esqueci que o coelho precisava andar do elevador até a porta e não pus pegadas lá fora. Inventei que ele chegou pulando pela janela do hall. Quinto andar, tudo bem, mas coelhos sabem pular muito alto.

Depois do jantar, hora de comer os ovos. Comi o meu, ele comeu o dele e o do Fábio estava guardado na carroceria de um caminhãozinho de cachorro-quente. A intenção era surpreender o papai, que a esta altura estava no jogo do Grêmio vendo o time ganhar de 3x0. Por vários minutos, depois de ter comido, o Vicente dizia “o papai nem vai acreditar nisso, nem vai acreditar nessas pegadas”. Depois de algum tempo: “vou segurar o ovinho do papai para ele”. Mais um tempo: “vou descascar o ovinho do papai e segurar sem papel”. Mais um: “vou dar só uma mordida no ovinho do papai, ta?”.
Intercedi: “filho, tu quer que a mamãe ligue para o papai para ver se tu podes comer o ovinho dele? Eu acho que ele nem vai estar com fome quando chegar”. Liguei. Vicente pegou o telefone, explicou tudo o que tinha acontecido, desde a entrada do coelho enquanto ele estava no banho até o ovinho descascado, mordido e já começando a derreter na mão dele. Por fim veio o “posso comer?”. Sim, é claro que sim.

Algum tempo depois, o papai chegou em casa e a história foi novamente contada, com detalhes e análises não ditas pelo telefone. Permeando todas as conversas, a mágoa do papai não ter comigo o chocolate começou a aparecer. Acho que o remorso ia bater logo, logo e certamente ia virar um rio de lágrimas.

Me apressei, peguei dois ovinhos no saco e coloquei numa cadeira perto de onde ele havia encontrado os primeiros três. Como quem passa ao acaso pela cadeira, eu disse “filho, olha aqui o que nós não vimos antes”. Alegria total. Um ovo para ele, um ovo para o papai. Devorados os ovos, veio a frase derradeira: “mas e a Rosa, por que o coelho não deixou nenhum ovinho para a Rosa?”

Um comentário:

Déia Turra disse...

MEUS CUMPRIMENTOS À VOVÓ MARIAZINHA... SÓ ASSIM PODEMOS NOS DIVERTIR COM A VISITA ILUSTRE DO COELHO DA PÁSCOA NA CASA DESTA FAMÍLIA!
ADOREI A PASSAGEM!
AMO VOCÊS!
BEIJOS