terça-feira, 17 de julho de 2007

O corte de cabelo

Sempre cortamos o cabelo do Vicente com o Hector, um castelhano que atende na loja infantil do Corte Zero no Iguatemi. Sábado, resolvi levar o Vicente perto de casa, para cortar no salão onde eu faço manicure. Só que o senhor que corta, embora bem gentil, não está familiarizado com crianças que não param na cadeira. Não deu certo e fui embora com a promessa de tentar novamente durante a semana. Mas como o comprimento do cabelo já estava me incomodando, resolvi tentar num outro lugar. Levei o Vi no Praia de Belas. Lá tem um carrinho-cadeira igual aos do Iguatemi e eu acreditei que daria certo. O Vi sentou e começou a dirigir fazendo "brrrrrr". Durou pouco. No que ele viu o pente na mão do rapaz que ia cortar, começou a estender os braços para mim para eu tirá-lo dali. Foi aí que se seguiu o seguinte diálogo entre mim e o cabelereiro:

Ele - Segura nos braços que eu corto.
Eu - Como assim, segura nos braços?
Ele - Toda criança chora para cortar, os pais tem que segurar.
Eu - Mas não é assim, segura nos braços...

Vicente berrando e querendo sair, eu atordoada, o cabelo comprido, o cabelereiro insistindo, resolvi tentar e segurei os braços.

Vicente continua berrando enquanto o cabelereiro começa a passar a máquina 4, ao mesmo tempo em que começa a cantar uma música mais alto que o choro do Vi. Nessa hora tive vontade de bater nele.

Terminou. Tirei o Vi do carrinho e ele parou de gritar no minuto seguinte. O cabelo perfeito, nunca foi tão bem cortado e eu, me sentindo como se tivesse saído de uma máquina de lavar onde tivessem acabado de me centrifugar.

Seguiu-se o seguinte diálogo entre mim e o cabelereiro:

Ele - Viu, ficou bom.
Eu - Você tem filhos?
Ele - Não.
Eu - Ainda bem, tua didática ainda tem que melhorar muito antes.
Ele - Toda criança chora, é normal. Tem quem chore até com seis anos.

Fui embora pensando em voltar porque como toda mulher, penso que o bom corte vale o sacrifício. Mas isso foi antes do Fábio saber disso tudo. Já me proibiu...

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